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Toda cicatriz vira queloide? Tomar sol atrapalha? Veja mitos e verdades

  • Dia 5 de março de 2018

Toda cicatriz pode virar um queloide? A cicatrização varia se a pessoa é negra, branca ou amarela? Tatuagem sobre a cicatriz aumenta o risco de infecção? A maioria das pessoas tem pelos menos uma, seja por uma vacina tomada, um acidente ou um procedimento cirúrgico. Mas os cuidados para que as cicatrizes não virem tecidos doentios, como um queloide, são muitos.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, J. N. Prado Neto, a formação do queloide é muito rara. “As cicatrizes hipertróficas ou os queloides, apesar de doentias, são a princípio tumores benignos. Mas, eventualmente, o queloide pode se tornar um câncer.”

O aparecimento destes tecidos doentios varia de acordo com inúmeros fatores, como a raça e a genética. “A cicatriz varia de acordo com inúmeros fatores, entre os mais relevantes está o racial. É sabido que os indivíduos da raça branca têm uma cicatrização normalmente melhor. À medida que a pele vai escurecendo, teoricamente, a cicatriz piora, por conta do excesso de colágeno e de fibra elástica que existe que estimulam uma cicatriz hipertrófica, exuberante, ou a formação de um queloide”, explica. Prado salienta que a incidência de cicatrizes doentias é ainda maior na raça amarela, como em japoneses, chineses e coreanos.

Para disfarçar, muitas pessoas optam por cirurgias plásticas, mas esta só é capaz de diminuir a evidência da cicatriz e, na maioria das vezes, em um tempo determinado. “Quando você tem cicatrizes queloidianas, o cirurgião retira a cicatriz e, no máximo 48 horas depois, envia o paciente para radioterapia chamada estrôncio terapia, que é semelhante à aplicada em casos de câncer. O raio emitido para na derme e detona as células responsáveis pelo queloide. Se o procedimento demorar mais tempo, não será eficaz”, diz o cirurgião.

1) A cicatrização varia de acordo com as raças humanas?

VERDADE: “A cicatriz varia de acordo com inúmeros fatores, entre os mais relevantes está o racial. É sabido que os indivíduos da raça branca têm uma cicatrização normalmente melhor. À medida que a pele vai escurecendo, teoricamente, a cicatriz piora, por conta do excesso de colágeno e da existência de fibra elástica que estimulam uma cicatriz hipertrófica, exuberante, ou a formação de um queloide”, diz J. N. Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.Prado diz também que incidência de cicatrizes doentias é maior na raça amarela, como em japoneses, chineses e coreanos.

2) Alguns lugares do corpo cicatrizam mais facilmente que outros?

VERDADE: De acordo com J. N. Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a face tem fácil cicatrização, principalmente a área da pálpebra, pois é “ricamente vascularizada”. Além da pálpebra, o couro cabeludo e a mucosa não desenvolvem queloide. Já a pior região do corpo humano para a cicatrização é a área perto do tornozelo. O colo feminino também apresenta dificuldades no processo, por conta do peso das mamas.

3) Tatuagem sobre cicatriz aumenta risco de infecção?

MITO: A tatuagem pode servir como um aliado para disfarçar as cicatrizes, como no caso de quem faz mastectomia, cirurgia que retira a mama, e reconstrói o mamilo. Segundo o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Wagner Montenegro, a tatuagem ou micropigmentação não interfere na recuperação nem prejudica a saúde do paciente. De acordo com o cirurgião e diretor de Cirurgia Reconstrutora das Mamas do hospital A.C.Camargo Cancer Center, Alexandre Katalic Dutra, a tatuagem pode ser feita após seis meses da cirurgia, quando a cicatrização já estiver bem evoluída.

4) Quanto maior a cicatriz, maior o risco para o corpo?

MITO: De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, J. N. Prado Neto, quanto maior a cicatriz, mais evidente ela é, mas não há risco para o corpo.

5) Passar desodorante sobre a cicatriz pode causar mal à pele?

PARCIALMENTE VERDADE: O desodorante ou o antitranspirante não afetam o curso da cicatriz, porém, se for irritante à pele, esse produto pode escurecer ou engrossar a cicatriz, diz o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica Emerson de Andrade Lima.

6) Há um tempo padrão para cicatrizar o ferimento?

VERDADE: Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, J. N. Prado Neto, a cicatriz passa por três períodos distintos, evoluindo dentro de um ano e meio. O primeiro é o imediato, que vai do dia da sutura, quando acabou de fechar o ferimento, até 42 dias depois. O segundo é o período mediato, que é quando a cicatriz piora, pois fica com exuberância de colágeno, mais vermelha, saliente e coça mais. Este termina no final de um ano. O terceiro e último período é conhecido como tardio, que vai de um ano até 18 meses. Nesta fase há “uma verdadeira dissipação dos vestígios cicatriciais”, diz o médico.

7) Roupas apertadas atrapalham a cicatrização?

MITO: De acordo com Emerson de Andrade Lima, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, roupas apertadas não influenciam no processo de cicatrização. As faixas elásticas podem até contribuir para a redução da cicatriz.

8) Alimentação ajuda na cicatrização de feridas?

VERDADE: A máxima “você é o que você come” funciona no processo da cicatrização. “Gente que se alimenta com muito doce e gordura tem mais dificuldades em cicatrizar. A gordura atrapalha a cicatriz, e quem come muito doce pode ter diabetes, que é um fator extremamente nocivo para a cicatriz”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, J. N. Prado Neto.

9) Toda cicatriz pode ser disfarçada com cirurgia plástica?

PARCIALMENTE VERDADE: A cirurgia plástica procurar melhorar a qualidade da cicatriz, isto é, diminuir a evidência, mas é eficaz dentro de um determinado período de tempo, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, J. N. Prado Neto. “Quando você tem cicatrizes queloidianas, o cirurgião retira a cicatriz e, no máximo 48 horas depois, envia o paciente para radioterapia chamada estrôncio terapia, que é semelhante à aplicada em casos de câncer. O raio emitido para na derme e detona as células responsáveis pelo queloide. Se o procedimento demorar mais tempo, não será eficaz”, diz.

10) Não pode tomar sol na cicatriz?

VERDADE: Deve-se sempre evitar a exposição ao sol e usar filtro solar com amplo espectro de proteção, segundo o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica Emerson de Andrade Lima. Em caso de grandes cicatrizes, a área afetada não consegue eliminar o calor através do suor, comprometendo a temperatura corporal. No caso de pequenas cicatrizes, o único cuidado é evitar tomar sol enquanto a cor da lesão não tiver adquirido a tonalidade normal da pele.

11) Cicatriz nunca desaparece?

VERDADE: Segundo J. N. Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cicatriz é definitiva. Ela é um tecido patológico, regenerativo, sendo uma tentativa do organismo de reparar um defeito ocorrido, seja por trauma cirúrgico ou acidente.

12) Cremes cicatrizantes realmente funcionam?

PARCIALMENTE VERDADE: “Normalmente os cremes cicatrizantes pouco ajudam, porém alguns ativos prescritos por dermatologistas contribuem para redução e clareamento de pequenas cicatrizes”, explica Emerson de Andrade Lima, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

13) A demora na cicatrização indica algum problema de saúde?

VERDADE: “Doenças degenerativas, como câncer, HIV, lúpus e, sobretudo, diabetes, interferem dramaticamente na evolução cicatricial. A cicatrização fica mais tímida, mais demorada e, em alguns casos, nem acontece”, explica J. N. Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Tatuagem

A tatuagem também pode ser uma maneira de se disfarçar uma cicatriz, como em casos de mastectomia, em que o paciente retira a mama. Segundo o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Wagner Montenegro, a tatuagem ou micropigmentação não interfere na recuperação nem prejudica a saúde do paciente, mas é recomendado que seja feita após seis meses da cirurgia.

O processo de cicatrização passa por três períodos distintos, evoluindo ao todo dentro de um ano e meio.

O primeiro é o imediato, que vai do dia da sutura, quando acabou de fechar o ferimento, até 42 dias depois. O segundo é o período mediato, que é quando a cicatriz piora, pois fica com exuberância de colágeno, mais vermelha, saliente e coça mais. Este termina no final de um ano. O terceiro e último período é conhecido como tardio, que vai de um ano até 18 meses. Nesta fase há “uma verdadeira dissipação dos vestígios cicatriciais”, diz Prado.

Evitar exposição ao sol pode ser decisivo para uma cicatriz. O dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica Emerson de Andrade Lima alerta para o uso de protetor solar de amplo espectro, pois, em caso de grandes cicatrizes, a área afetada não consegue eliminar o calor através do suor, comprometendo a temperatura corporal. No caso de pequenas cicatrizes, o único cuidado é evitar tomar sol enquanto a cor da lesão não tiver adquirido a tonalidade normal da pele.

 

Fonte: UOL Notícias